quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A humanidade

Estou fardado em um mundo de loucos. De maquinas que vivem o dia-a-dia como objetos. Não sou nada diante desta platéia cega, que insiste em ver apenas o material. Pobres maquinas miseráveis que jogam fora toda uma vida rogando por outra.
Seres vazios, formados por uma casca capitalista extremamente fragilizada pelo próprio sistema. Pobres desalmados que não pensam para fazer e apenas fazem. Criaturas que buscam o lugar do criador. Descriminas o que tu criaste. Tu és o resultado do que pensas. Então se não pensas nada és. É pobre, pois não sabes tirar muito do pouco que tens, é covarde porque fracassaras 100% das vezes que não tentaras. És apenas um animal salivando a angustia de uma vida vazia, cheia de nada.
Contemplas a desgraça da humanidade com olhos de uma criança. Fazes de sua existência a continuação da história, sendo que podes ser a história. És pobre, vazio, mesquinho. Ainda não aprenderas que a ausência de uma ação consiste em uma ação, e enquanto mergulhas em seu mundo o mundo mergulha nas trevas, e faz de verdadeiras crianças animais pútridos que são devorados por lobos impiedosos.
Tu és a desordem do mundo pelo simples fato de negar a ordem. Um homem que não pensa não tem o direito de ser designado homem, pois não passa de um pedaço de lixo da humanidade. Os pensamentos formam as idéias, das idéias brotam os sonhos, e os sonhos dão vida ao futuro.
Acorde em quanto há tempo, pois o tempo talha a vida com a perfeição que Michelangelo talhou David, ele faz cada dia único, não deixa nada para depois e não aceita falhas. Para o tempo uma criança de um dia de vida já és suficientemente velha para morrer. Então pense tu o que és. Tu fazes seu tempo ou és apenas mais um escravo? É capaz de trilhar seu caminho, ou apenas passa por onde outros já passaram?
A dúvida é a única certeza que me consome. Estamos trancafiados por respostas prontas, por idéias sem vida, por amores vazios, por humanos desumanos, contemplamos o lógico e nos distanciamos da gênese da vida. Deixe de olhar os outros e busque dentro de si as respostas. Somos grandes perguntas em busca de respostas. Se buscas pela liberdade precisa se libertar antes de nada de si. A loucura está em cada um, mas a lucidez parece estar extinta. A única loucura lúcida e a qual todos deveriam servir é a loucura do amor. Que nos cega, mas nos mostra a luz. O amor é a única resposta para algo que não existe pergunta. Ame. Sejas louco. Seja um poeta da vida. Deixe de fazer poesias sobre ela e faça dela uma poesia.
Deixes de lado os seres de outros planetas, e vamos cuidar dos monstros que cada um tem dentro de si. O homem já foi a lua mas agora é preciso trazer a humanidade de volta para a terra. Enquanto a medicina luta contra a morte nós destruímos a vida. O que importa na vida não é o que ela nos dá, mas sim o que somos capazes de tirar dela.
Vivemos em um mundo onde os fracos servem aos fortes, onde os que têm muito tiram tudo dos que possuem quase nada. É hora de resolver os problemas já criados. Problemas surgem para serem solucionados e não devem jamais ser desprezados.
Ao findar da existência todos fecham os olhos diante da inexistência de vida, mas durante a vida nem todos enxergam a dura realidade a sua volta, que transborda miséria, incompreensão e sufoca as almas dos que se alimentam de sonhos.



Christofer Gomes Barbosa