sábado, 18 de setembro de 2010

Alem do bem e do mal



O amor não escolhe hora. Não distingue cor.
Não usa da razão. É apenas coração. Sentimento.
É impar em cada respirar. Um eterno descobrir, cheio de obstáculos.
Brilhante forma de sofrer e se alegrar.
Único a cada minuto e eterno a cada segundo.
Descrito apenas pela palavra amor.
E ainda assim muitas vezes incompreendido.
Usado por todos, conhecido por poucos.
Mensurável apenas em palavras de carinho.
Em olhares que se perdem.
Em beijos que selam o silencio do gritar da alma de dois seres.
O voar de uma borboleta. O abrir de uma rosa.
A destruição de um furacão. Um abraço.
Um sorriso que se eterniza.
Pequenos momentos... Grandes lembranças.
Eterno redescobrir. Diário re-apaixonar.
Aconchegante forma de viver a loucura dos homens.
Sepultura da indiferença que afeta e amarga.
Doce nota musical de timbre inigualável e nuanças mil.
Sorrir, chorar, brincar, viver, sofrer, cair, levantar.
Respirar. Aprender. Caminhar, lutar, suportar, in-comparar.
Sonhar, agradecer, receber, doar. Doar, entender, compreender.
Cativar, conservar. Amar. Ter. Ser. Ter o poder de ser o outro.
Dar ao outro o poder de ser você.
Cada um desses passos se completa em um labirinto de esperança.
Culmina em um completo cativar da amizade.
Um constante cultivo da lealdade.
O amor possui o cheiro da verdade e o peso de um sonho.
Algo que possui começo, meio e desconhece o fim.


Christofer Gomes Barbosa



domingo, 29 de agosto de 2010

Sepultura humana


A música já não chega aos meus ouvidos.
Palavras tornaram-se apenas palavras.
Tudo ao meu lado é turvo.
Tudo é pobre, triste.

As cores dos olhos não mais existem.
Sinto-me mal por sentir.
E já nem sei mais dizer o que sinto.

Respiro o pó de tudo que acontece.
Carrego o dever de fazer sorrir.
Mas entristeço-me com minha platéia.
Ela está morta.

Não existe mais emoção.
Não existe mais amor.
Existe apenas a extinção de tudo que se é.

Essa é a realidade do tolo poeta que vos fala.
Que por paixão aqui chora,
Com o peso de uma vida.
E com a vida de uma criança.

Desejo sorte à compaixão.
Sorte à esperança.
Sorte à verdade.
Sorte ao amor.

Pois nem toda sorte é capaz,
De abrir os olhos dos cegos.
Que hoje descansam em paz.

Christofer Gomes Barbosa


domingo, 22 de agosto de 2010

Do outro lado do espelho

Perco-me entre o labirinto de linhas desta folha. Não sei como começar. Não sei nem ao menos sobre o que falar. Quero apenas escrever uma bela história, discorrer sobre algo que seja confortável para os que venham a ler estas linhas, e que possa tranqüilizar o incontentável escritor que aqui brinca com palavras, juntando um quebra cabeças para fazer de pequenas trapalhadas uma grande obra de arte. Passo a mão sobre o rosto, rabisco a gramática. Esmurro o dicionário. Imploro por inspiração.

Minha paciência se esvai, penso, penso. Lamento. Procuro nas paredes, nos corredores, na mesa, mas nada me soa aceitável e digno de ser descrito. Tanto já foi feito que julgo impossível algo novo surgir de uma mente insana. Bato minha cabeça contra a mesa, mas nada me sai. Levanto, estico os braços, abro as janelas e sinto a brisa da madrugada abraçar meu corpo com a delicadeza e a ternura das mãos de seda de uma princesa. Sento-me novamente. Escrevo uma linha, duas, três. Enfureço-me e rasgo-a com ira.

Levanto-me. Com passos de um velho alcanço à estante e dela arranco a empoeirada gramática que ali jaz há algum tempo. Esfolheio-a com impaciência, como se dela fosse brotar a tal história que tanto procuro. Quando dou por mim vejo-a repleta de anotações sem juízo, completa por palavras soltas. Paro. Respiro. Inspiro. Procuro pelo dicionário. Encontro-o, nele busco por palavras que possam expressar o que tento escrever. Palavras que possam fazer de meus pensamentos palavras, e palavras que venham formar minha história. Deparo-me com verbos, substantivos, adjetivos, pronomes e advérbios de A a Z e de toda uma análise morfossintática não aproveito nada.

Banho meu rosto com a gélida água da madrugada. Olho para o relógio e percebo que o tempo se foi, seus ponteiros apostam uma louca corrida contra o tempo, mas quem perde sou eu. Deito-me no sofá e encontro o conforto pelo qual meu corpo tanto rogava. Fecho os olhos. Da minha mente saltam imagens estranhas, frases feitas, linhas, curvas e cores parecem-me mais um festival de sentidos, pois posso ver, sentir, ouvir e até mesmo tocar as ilusões que me rodeiam. Abro os olhos e todas as ilusões trancam-se no fundo do meu inconsciente. Busco em minha consciência uma resposta, mas um pano branco a envolve completamente.

Pego meu violão, contemplo algumas notas soltas que acabam embalando uma bela melodia, e entre sua nuança surge-me teu rosto. Recordo-me perfeitamente do teu sorriso. Desta vez fecho os olhos e sinto teu toque. Respiro, e contemplo teu perfume difundido na suave brisa do amanhecer. A luz do sol banha meu rosto com a mesma pureza que a inspiração surge perante meus olhos. Pego novamente uma folha de papel e decido escrever sobre o amor. Mas tudo o que sou capaz de dizer é o que sinto, mas o que sinto não é cabível em palavras, contudo enquanto estiveres ao meu lado poderei dizer-te tudo apenas com o olhar.

Christofer Gomes Barbosa

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Raiva


Tenho vontade de esmagar a dor com minhas próprias mãos. Sinto em mim um desejo impar de sufocar todo rancor e toda a mágoa do mundo. Quero acima de tudo justiça. Quero paz. Quero, e tenho o direio de ser feliz. Não suporto mais essa irracionalidade que me cerca e me banha de sangue a cada dia. Como se eu fosse apenas mais um espartano salivando por vitória em Termópilas minha vida passa, e eu acabo ficando entre as pedras, perdido nos espinhos, buscando loucamente por caricias da luz.
Meus sorrisos já não existem mais, pois sou incapaz de cultivar o desejo de sorrir, tudo o que carrego são lagrimas que não consigo sequer derramar. São lágrimas de sangue. São lágrimas de sofrimento. E hoje palavras são apenas palavras, a musica perdeu seu timbre, até mesmo o colorido das flores perdeu sua beleza. Esse ainda não é o fim, é apenas uma vírgula em direção ao abismo ao qual me atirarei, pois essa vida que vivo está me matando um pouquinho a cada dia, e a cada dia minha raiva aumenta, e com ela o nojo que eu tenho para com os homens, que são verdadeiros animais irracionais e estúpidos.
Em mais esse dia solitário peço que os homens sejam mais homens, que um filho tenha o direito de dizer que ama sua mãe que um pai possa ser pai, e que uma família possa ser feliz. Entre as drogas que me mantém neste mundo, a mais forte, e a qual eu uso diariamente para me manter de pé é o amor que sinto. Mas hoje o amor é um sentimento desprezado pelos homens. Hoje o amor deve ser guardado a sete chaves em uma caixa de chumbo, e jogado ao fundo do mar, para que ali se eternize.
Sou apenas uma criança. Na verdade queria apenas um abraço. Isso seria o suficiente para que eu existisse neste mundo de insanos. Tornarei-me o que todos querem que eu seja. Serei um homem com um nome respeitável, mas ainda assim existirá dentro de mim uma criança. E essa criança sempre esperará de braços abertos por um dos teus abraços.





Christofer Gomes Barbosa

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Ao acaso

Foi um simples fleche. Uma simples palavra. Um simples gesto. E em pequenas coisas tu conseguiste me conquistar por completo. De forma ímpar e simples, tu se fizeste inesquecível. E o que era uma simples amizade tornou-se algo que palavras não são capazes de expressar e que nenhum matemático é capaz de explicar.

Sua voz soa como o timbre da mais suave nota do mais bem talhado violino do mais completo artista. Algo tão único quanto às flores que se abrem ao entardecer. Simplesmente incompreensível assim como a beleza do luar que arrebata o coração dos amantes solitários que não se cansam de sonhar com a pessoa amada, e apóiam-se na esperança de viver cada segundo com toda a intensidade de uma vida.

Os sonhos só existiram se nós formos capazes de cultivar o desejo de sonhar. E por isso sonho com você todos os dias, para que um dia o sonho de ver-te, de abraçar-te e de amar-te torne-se realidade.



Amor querido amor!

Porque amor?

De onde tal amor?


Amo o desejo de sonhar.

Amo o prazer de te tocar.

Amo contigo estar.

Amo amar.


Amo, amo, amo.

Loucura?

Não.

Amor...




Christofer Gomes barbosa

terça-feira, 4 de maio de 2010



Passei a noite desfazendo sonhos. Completo por uma raiva descontrolada e insana de tudo e de todos, raiva essa que acaba preenchendo este lugar que ficou vago. Neste momento a única luz que tenho vontade de ver é aquela que enchia de vida seus olhos, e a minha vida de alegria.
Em mais este momento de solidão me esbaldo na garrafa do bom vinho que me afaga, que agora já está no seu ultimo suspiro, e vai levando consigo seu delicado aroma e seu marcante sabor. Agora da mesma forma que esta garrafa vazia, está também isso que costumava utilizar e chamar de corpo. Meu copo agora é apenas mais um monte de carne pútrida que exala esse odor característico da solidão que serpenteia meu rosto em inúmeras voltas sem fim, com a leveza de uma pena, mas que traz o peso de todo um sonho destruído.
Com você foram-se todas as minhas esperanças, todos os meus sonhos, todos os meus desejos e toda a minha vida. Hoje o ar está mais denso do que o normal, a chuva que bate na janela do nosso quarto remete sua doce pureza incomparável. Ao longe sua voz parece ecoar, chegando até mim com sua delicadeza inconfundível. Seu cheiro que ficou em minha pele, já faz parte de mim e é de você a única coisa que me restou, e além do medo, torna-se a única coisa que ainda sou capaz de sentir ainda vivo. Sua presença é o meu único querer. A lua ilumina os céus que parecem chorar comigo, e enquanto isso a luz da minha alma se esvai.
Posso sentir o quão gélido é o cabo da morte. Nesta estrada turva sou capaz de ver o meu fim, em cada curva sem ter você vou além. Agora nem ao menos seu brilho sou capaz de enxergar. Essas são as palavras de um simples alguém que parte de lugar algum em direção ao nada, mas com a certeza de uma incerteza tão passageira que se torna a melodia que conforta os que são capazes de amar. A noite fria já não me incomoda mais, a partir de agora tudo o que restar de mim serão apenas pedaços. Suspiros. Lembranças.
O estalar do gatilho se armando é um ruído assustador, mas chega aos meus ouvidos com um timbre acolhedor. Minha mão parece incapaz perante essa massa desprezível, mas que agora tem o peso de toda uma vida, ainda assim lhe resta um último suspiro de glória.
Aos que amo peço perdão, aos que me compreendem sou grato. E a mulher que era capaz de me encher de vida deixo o meu ultimo suspiro de amor aqui eternizado. Pois é isso o que eu sinto. E explode em mim a palavra amor. Eu te amo. Descobrirei agora se realmente existe vida pós morte. Peço que me espere, viveremos nos céus o que nos foi tirado na terra. Posso sentir toda a tensão do gatilho que



Christofer Gomes Barbosa

Não Vou Embora

De tudo o que fiz, espero que não sobres nada. Quero que se lembres de todos os meus erros e apague todas as minhas conquistas. Não peço tua compreensão, tampouco teu perdão. Mas preciso que saiba de tudo antes que eu não seja mais capaz de dizer. Pois esse é o meu último suspiro neste mundo. É fato que toda história tem um começo. Mas procure o começo da nossa história e tu não encontrarás. Pois não existe um começo. Se existisse, nossa história seria apenas mais uma história. E se não existe começo também é impossível que haja fim. Vivendo um dia de cada vez, nós nos acostumamos um com o outro. Cada um do seu jeito.O tempo passou e o que era apenas passa tempo se tornou uma grande amizade. Essa amizade foi crescendo. Tornou-se única, incomparável e indispensável. Da mesma forma que uma orquestra, nós parecíamos estar no mesmo tom, vivendo na mesma melodia, catalisados no mesmo timbre. E estávamos. Mas essa amizade fugiu a regra. E pode ser “descrita” por Shakespeare.


“Perguntei a um sábio,
a diferença que haviaentre amor e amizade,
ele me disse essa verdade...O Amor é mais sensível,
a Amizade mais segura.O Amor nos dá asas,
a Amizade o chão.No Amor há mais carinho,
na Amizade compreensão.
O Amor é plantadoe com carinho cultivado,
a Amizade vem faceira,e com troca de alegria e tristeza,
torna-se uma grande e queridacompanheira.
Mas quando o Amor é sinceroele vem com um grande amigo,
e quando a Amizade é concreta,ela é cheia de amor e carinho.
Quando se tem um amigoou uma grande paixão,
ambos sentimentos coexistemdentro do seu coração.”(William Shakespeare)

E nossa amizade agora se chama amor. Um amor louco. Descontrolado. Que até então não encontrara um caminho. Deveríamos amar ou não? Já não sou capaz de responder a esse pergunta, pois te amo. E em busca de algo que não necessitava de resposta, nós acabamos nos perdendo. Perdemos-nos um do outro, mas mesmo assim eu podia ouvir sua voz me dizendo que sim. Mas infelizmente, eu sou humano, ser “racional”, “desenvolvido”, mas nada disso foi suficiente para ler o que estava escrito em seus olhos. Hoje. Posso afirmar sem incertezas. Tu me amas. E eu te amo.Então decidi pelo caminho mais simples. Quero viver contigo este amor. Já tentei esquecer-te, e não fui capaz, e da mesma forma tu o fizeras.Lembre-se dos meus erros, pois não existiram novos, e esqueça tudo o que já fiz de bom por ti. Pois farei muito mais.Mas se, mesmo assim eu ainda não fui claro, só me resta dizer:-Preciso de ti, da mesma forma que a terra precisa do sol, sonho contigo com o encanto de uma criança que espera por seu presente na noite de natal. E minha alma pede por sua voz.No passado fiz de tudo para que visses o que és para mim. Mas mesmo depois de tudo quero que saibas apenas que TE AMO. Se souberes de um jeito melhor pelo qual eu possa dizer isso a ti, peço que me ensines, pois o farei sem receio. Isso é o que penso. Isso é o que quero. Creia ou não.



Christofer Gomes Barbosa

A Lástima Se Foi

Estava buscando por mais um motivo para viver. Encontrei a ti. Pensei estar em meio às estrelas, me vi como mais uma constelação resplandecente aos olhos dos homens que veneram aquilo que não são capazes de tocar. Estava envolto em um súbito mar de sentimentos. Plenos em desejos e sonhos, que me guiaram até ti como a brisa do amanhecer, banhando a pureza da natureza. Contemplei teu lindo sorriso, apaixonei-me por tua presença, e rogava por tua voz. Estava simplesmente apaixonado. Pensava ter encontrado um motivo para amar e mais um motivo para viver. Tu eras o que eu desejava ao levantar-me e o que em minhas preces eu protegia ao me recolher na leve manta com a qual à noite nos conforta. Amor. Esse era o meu alimento, minha mania, meu vício mais puro. Desejava com a força de um espartano estar perto de ti.
Tu que não me prometeras nada, também não recusou nada do que te dei. Por alguns verões fomos felizes e em alguns invernos nos perdemos por migalhas. Mas estávamos sempre juntos contemplando as belas flores da primavera. Entretanto a vida resolveu mostrar que cada dia é um dia e que sou apenas um homem e não um Deus perante os outros homens. O amor que sentias por mim era apenas mais um “amor”. Eu que pensava ser imune aos acasos da vida por estar contigo, descobri ser um tolo. Fui jogado no olho de um furacão que me fez desmaiar perante sua voracidade. Ao acordar percebi que tu partiras.
Busquei um motivo. Complexo. Desconhecido. Mas me deparei com algo tão lógico que fiquei boquiaberto com a verdade da vida. Tu se foras por que quiseras. Não existe outro motivo. Fizeras uma escolha. E a mim cabe aceitá-la.
Por dias, semanas, e até meses, refleti incansavelmente. As noites de sonhos iluminadas por ti já não existem mais. Agora a noite é apenas um breu, sem sentido. No qual eu mergulho e não consigo sair.
Agora me sinto uma maquina. Não tenho desejos, nem sonhos. Estou automatizado, ligado na tomada da vida, mas sem um ideal. O buraco existente em minha alma não é compreendido nem ao menos pelos Deus do Olímpio quem dirá pelos meros mortais que me cercam. Estou morrendo por dentro. Sinto tua falta. Quero teu beijo. Mas a distancia que nos afasta é monstruosa. Não somos separados por ruas, por cidades, ou mesmo por continentes. Vivemos em mundos distintos. Não sou suficientemente bom no seu mundo. No qual eu sou desprezado, julgado e humilhado. Tu és uma Deusa em teu mundo, mas no meu, não passas de uma mulher. No meu mundo eu sou um homem, mas no teu, eu sou um lixo.
Mas por que me aprisionar em um mundo de trevas, que esbanja aparência, mas é carente de sentimentos? Posso caminhar sem segurar em tua mão. Tu me mostraras que por mais que o amor exista, uma só pilastra não pode suportar um templo, e o amor não é uma coisa qualquer. Para os que amam, ele é monumental, mas para os que brincam de amar ele é apenas um passa tempo. Estou no meio do paraíso, onde os pássaros cantam para saldar a beleza ímpar do amanhecer a cada dia como se fosse o último de sua existência. Aqui onde estou à vida floresce sem pressa, sem receio. E da mesma forma meu sonhos e meus desejos tornam a brotar em meio às cinzas. Mas agora eles estão regados por uma dose extra de realidade e de cede de vida. Hoje busco por ti. Mas, já descobri que só encontrarei a ti em outra. Tu não és capaz de viver um sentimento assim, pois simplesmente não deseja, queres apenas brindar a abundância de um coração repleto de nada.
Deixarei que meu coração me guie em meio ao desconhecido futuro que me aguarda, contudo não tropeçarei em ti novamente. Buscarei meu caminho guiado pelo desenho das nuvens, que mostram quanto à vida é bela. A euforia que me consome agora não é mais a de buscar respostas, mas sim de fazer perguntas, que sejam aceitáveis em um mundo de cegos de espírito. E enquanto não for capaz de fazê-las, tornarei a caminhar. Sem caminhos traçados, sem idéias imutáveis. Meu silêncio será meu mestre. E viverei sem medo de amar, pois, o amor castiga, mas também é o maior presente que a vida pode oferecer a nós mortais. Basta saber aceitá-lo.




Christofer Gomes Barbosa

O Tempo

O tempo passou. Amei-te com fé. Por ti. Morri de amor. Mas agora é hora de dizer adeus. Não deste valor no amor que eu tinha por ti. Eu que era capaz de tudo, me perdi em busca de algo que pensava estar em ti, e hoje vejo que busquei por algo que ainda não foi criado. Descobri que a resposta nunca existiu, porque ao final não existia nem ao menos pergunta. Não me arrependo de nada. Fiz o que pude, mas o amor não é um sentimento impar, que sobrevive da solidão. Não um amor de verdade. O amor nasce para que seja vivido ao extremo, sem medo, sem duvida, sem receio, e não para ser aprisionado e guardado dentro de si. Se o amor é a única coisa que cresce quando é divida, então porque guardá-lo em ti com essa miséria humana?Suas palavras me iludiram, seus olhos me encantaram, e seu sorriso me atraiu para um mundo desconhecido no qual eu entrei com a fúria e a vontade de Hércules buscando a cada instante um novo motivo para viver. Falas de tempo, mas o que sabes sobre ele? Se consegues ver o amanhã então não há motivos para viver hoje. Estás perdendo seu tempo no tempo. Julga-se sabia, mas em fim o que sabes? Possui medos que existem apenas por comodismo e não possuem motivo real para existir. É verdade que toda ação gera uma reação, provamos isso do momento em que nascemos até o falecer de nossas almas. Mas somos donos do nosso amanhã, ele depende unicamente de nossas ações.Jogue fora tudo o que te dei. Estive tão perto de ti e por tanto tempo, que acabei por me tornar apenas um reles enfeite. Despreza-me da mesma forma que os pobres homes desprezam a beleza impar que a lua nos proporciona a cada noite, mas sentem sua falta ao amanhecer quando o impiedoso sol derrama sobre a terra tudo o que possui. E da mesma forma tu sentirás minha falta.Sobre o tempo a única coisa de que tenho certeza é que ele não volta. Então não o despreze. Viva. Não deixes que sua vida continue passando como se fosse às águas de um rio. Pois elas jamais passam duas vezes no mesmo lugar. Precisamos saber o real valor que a vida possui. Mas pra isso precisamos viver. Deixe de ser um simples objeto. E verás que a vida é muito mais do que imagina. Descobrirá que o amor vale à pena, e que paixões surgem e se esvaiam a todo instante, mas amores são eternos. E são também capazes de nos destruir, mas não possuem esse objetivo em essência. Os laços que nos uniam agora se desatam conseqüência do tempo que perdemos em brincar de amar. Não quero mais suas migalhas. Estou à procura de vida, quero alguém que faça minha cabeça sem precisar pensar. E que faça.O amor que tinha por ti devorou-me. Mas hoje estou vivo e farei de minha vida impar assim como fizeras com o meu amor. E para os apaixonados que possuem o coração partido eu digo. Um coração assim dura o tempo que você deseje que ele dure, e ele lastimará o tempo que você permitir. Um coração partido sente saudades, imagina como seria bom, mas não permita que ele chore para sempre. Permita-se rir e conhecer outros corações. Aprenda a viver, aprenda a amar as pessoas com solidariedade, aprenda a fazer coisas boas, aprenda a ajudar os outros, aprenda a viver sua própria vida. E deixe que vida cuide de quem ainda não sabe amar. Não permitas que seja tarde de mais.




Christofer Gomes Barbosa

O Princípio Do Fim

Tu és o motivo das minhas palavras, as quais eu gravo em folhas pálidas. Sem coração. Sem vida. E por motivos que fogem a realidade humana. Através das mesmas passo para cá o que meu coração incansavelmente insiste em querer, guiado por um descontrole sem lógica e sem leis. Derramo sobre ti meus sonhos que através de sorrisos cativastes com tanto ardor.
Não quero nunca que chores. Pois suas lagrimas ofuscam o brilho dos seus olhos. Que nasceram para brilhar, e dar vida aos cegos de espírito. Quero que continues a encantar almas tão frias e vazias quanto a minha. Não sei por que digo tudo isso. Apenas digo. Imploro-lhe que seja feliz, para que assim eu possa-o ser.
Não suporto a idéia de ver-te assim, sem brilho. Calo-me quando minha maior vontade é de lhe ter em meus braços. Sou louco. Mas nem por isso deixo de ver seu lindo sorriso resplandecente ao iluminar meu dia. Queria simplesmente poder em meus lábios tê-la a todo instante para que jamais me falhe a lembrança de seus beijos.
Não me verás partindo. Pois eu apenas partirei, sem ruídos, medo, confusão ou angustia. Farei tua vontade e partirei de sua vida sem lástima qualquer. Se hoje me notas, e fazes pouco, um dia sentirás minha falta. Mas quando esse dia chegar será tarde de mais, pois o tempo nada mais é do que um cavalo selvagem e indomável o qual não possui rédeas, leis incontestáveis e nem ao mesmo caminho certo a seguir, não tente tê-lo em suas mãos pois ele se voltará contra ti, ele é dono de si, e trilha seus próprios passos. A final não existe caminho certo, a não ser aquele que escolhes para sê-lo. Tentas fazer do tempo seu aliado, mas se engana.
Ele estará sempre contra ti. Deixes para depois e o depois deixarás a ti. Fique presa em seu mundo que o mundo lhe prenderá. Continue vivendo de pão e circo que um dia olharás para o tempo e lamentarás ter perdido sua vida em momentos. Os quais o tempo fizera questão de pisotear e arrastar, tornando-os insignificantes. Somos duas paralelas que por uma contradição da vida uniram-se. E hoje tornam a se perderem em caminhos distintos no infinito.
O sentimento que tenho por ti aos poucos se esvaia em meio à insegurança que insistes em sustentar, jogando-me no breu do rio dos mortos de onde não enxergava saída. Sou um simples apaixonado que de tanta paixão perdeu-se de si. E hoje me encontro novamente em um mundo pleno em caminhos. Seguirei minha vida tornando meu presente sempre melhor que meu triste passado e incontestavelmente pior ao futuro que me espera.
Mas em fim tenho que agradecer-te, pois me mostrara que o amor é insignificante para com os homens que são dotados de sentimentos vazios. Plenos em uma insegurança doentia sustentada por tudo que é cômodo e material. Mostrou-me que não vale de nada amar alguém, por mais puro e verdadeiro que tal sentimento seja. E que amar machuca, dói, alegra, enriquece, destrói, mas também nos torna mais fortes. O tempo é rei. A vida é uma lição. E jogarás em tuas mãos o fruto do que plantaras.
Não se zangue. Nossa história é apenas mais uma em meio a inúmeras histórias sem fim que tiveram amores jogados ao vento. Tudo isso pode parecer a ti apenas um surto de loucura. E é. Mas um dia olharás para cima e me entenderás. Então agora escolha um caminho continue a trilhá-lo, faça tuas curvas, de as tuas voltas, mas não olhes para traz. Pois não podes mudar o que já fizeras. Mas se quiseres podes mudar o presente, que depende unicamente de ti.




Christofer Gomes Barbosa

Suplico-lhe Amor


Hipotético amor. Que nasce do nada e torna-se eterno no sorriso. Sentimento que não possui explicação, que é capaz de aprisionar o mais puro suspirar da alma.Sentimento catalisador que consigo traz a dor, e sem piedade devasta a vida dos pobres apaixonados que não se cansam de sofrer de paixão.A sedução de um amor me aprisiona no tempo, fardando-me ao infinito, e torna-me incapaz.Alimenta meus desejos, tira meu chão. Em uma palavra me leva ao céu. Mas em um simples lapso de silencio me aprisiona no inferno frio da indiferença.Só quem ama sabe quanto o belo amor maltrata a quem o cultiva com esplendor, glória e vida. Amar sem a certeza de ser amado é a única certeza que me cerca.A felicidade que o calor do amor traz é capaz de sobreviver sem muitos detalhes. Da mesma forma que um monge isola-se da humanidade para compreender a si e ao universo vivendo apenas de seu espírito estou fechado em ti. Em busca de respostas que posam levar-me a teu amor. Simples, porem intenso, nada menos que a pura brisa do amanhecer, e nada mais que a explosão de Zeus sobre os homens. Isso é apenas amor.O amor sobrevive da esperança, apóia-se no carinho e é sustentado por palavras de verdade. Amo-te pelo simples fato de amar-te, se procurar por algum motivo, encontrarei algo desprezível ou nada encontrarei, tu és o que és e por isso me fascinas. Nada alem disso. Não és a ultima rosa da primavera e nem a primeira chuva do exótico verão, és apenas uma jóia, rara, mas nem por isso única.A felicidade ou a tristeza dependerá unicamente de nós amantes sem juízo. Mas precisamos parar com esse faz de conta de amar que me angustia incansavelmente, ou entrega-te a mim, ou deixe-me sem pestanejar. Desfrute com outro os prazeres que o ato de amar pode proporcionar. Ou então me deixe guiá-la às estrelas. Pois sou capaz de coisas que não pode nem ao menos imaginar. E não os imagina pelo simples fato de se calar, quando a ti abro o meu coração. E trazes contigo um medo que não tem fundamento diante do presente que te proponho. Suplico a ti a verdade. Nada mais do que mereço por não ter receio de amar-te. Ou me amas ou então pra ti nada sou, a não ser um brinquedo, que insiste em colocar ao canto do quarto, que ficas frio sem tua presença. Mas volta-se a ele quando a solidão, a angustia, e a insegurança de brincar com a vida lhe consomem. Em fim quero-te. Mas e ti o que queres? Fique ou vá.



Christofer Gomes Barbosa